A descoberta de novos talentos tem sido uma das metas da Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes neste ciclo paralímpico de Paris 2024. Durante a 2ª Semana de Treinamento da Seleção de Base, um atleta vem se destacando pela altura e qualidade técnica. Gustavo Henrique de Jesus, de apenas 18 anos, possui 2.08 metros de altura.
Oriundo do vôlei de praia convencional, o jovem recebeu a convocação após seu ex-professor conversar com um membro da diretoria da CBVD e mostrar seu talento. Após a imersão na modalidade, Gustavo se identificou, buscou um clube e agora se dedica 100% para a prática do vôlei sentado nutrindo o sonho de integrar a seleção principal e participar de competições internacionais.
Sem saber a existência da modalidade até a convocação, o jovem não perdeu a oportunidade e se jogou de corpo e alma para evoluir a cada treino. “Conheci o vôlei sentado na primeira semana de treinamento, que aconteceu em fevereiro, de lá pra cá, estou gostando. É uma coisa nova que venho me esforçando muito para chegar onde quero. O vôlei sentado agora é a minha atividade favorita”, afirmou Gustavo.
A promessa na modalidade revelou sua pretensão dentro da modalidade. “Quero treinar bastante até conseguir meu lugar na seleção principal e poder representar o Brasil nas competições pelo mundo a fora e quem sabe conquistar uma medalha no Parapan e nos Jogos Paralímpicos”, disse.
O técnico da seleção de base, Jorge Miranda, comentou a evolução dos atletas durante a fase de treinamento. “Todos estão tendo uma evolução muito boa. Teremos em junho o Panamericano três por três e temos muitas opções de atletas para levar. Estamos seguindo nosso planejamento e está sendo cumprido o que nos propormos a fazer. Apareceu Gustavo, que foi uma surpresa muito boa, que tem qualidade técnica e uma boa estatura”, ponderou.
História
Portador de mielomeningocele, o atleta já passou por mais de 27 cirurgias, conforme descreve. “Não possuo o último osso do cóccix. Também tenho problema na panturrilha, onde já fiz mais de 27 cirurgias, além de uma cirurgia aberta no umbigo e outra na parte inferior do abdômen. Também não possuo um osso do pé, o que impede de movimentá-lo para cima e para baixo”, revelou Gustavo.